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COLUNA | Juros menores proporcionam condições de financiamento para milhares de pessoas

  • Marcos Willens
  • 2 de dez. de 2019
COLUNA | Juros menores proporcionam condições de financiamento para milhares de pessoas

O novo ciclo de juros básicos mais baixos tem animado o mercado imobiliário, que tem dado sinais de recuperação e já faz apostas de resultados melhores para 2020. Com o corte na Selic, que atingiu o menor patamar desde 1999 (5% a.a), o crédito imobiliário também ficou mais barato, acompanhando as reduções na taxa básica. 

Os juros médios do crédito para o setor ficaram, em setembro deste ano, em 8,65% ao ano, batendo a mínima da série histórica do Banco Central. A redução desses juros pode permitir a inclusão de milhares de mutuários no sistema de crédito. 

Estudo divulgado segunda-feira dia (25/11) pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) calcula que, a cada ponto percentual de redução nos juros imobiliários, pelo menos 2,8 milhões de famílias passariam a ter condições de contratar esse tipo de crédito.

O cálculo considera o potencial de acesso ao financiamento imobiliário ao reduzir o custo total da operação e o valor da parcela inicial. 

Na compra de um imóvel de R$ 300 mil, que atende o segmento chamado de médio alto padrão, o MAP, a Abrainc estima um aumento de 20% no número de famílias elegíveis ao crédito a cada 1% de redução na taxa de juros. 

Atualmente, com os juros na faixa dos 8%, há 4,4 milhões de famílias elegíveis a pegar dinheiro emprestado para a compra da casa própria. Em 7%, esse número subiria a 5,3 milhões e chegaria a 7,2 milhões se os juros chegassem a 5%. 

Esse segmento é o que registrou o maior avanço (19%) no volume de lançamentos até agosto, último mês do indicador calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). 

O Minha casa, minha vida ainda é responsável por mais de três quartos dos lançamentos. O mês de agosto foi o melhor desde 2015, “corroborando a alta confiança dos empresários do setor”, diz a associação.

Para a habitação popular, o potencial de inclusão de famílias pode chegar a 2 milhões se houver redução nos juros. As famílias elegíveis a conseguir crédito para financiar um imóvel de R$ 150 mil chegariam a 15,1 milhões se as taxas médias saíssem da faixa de 8% e caíssem para 7%. 

Otimismo em Umuarama

Os estudos recentes apresentam indicadores para demonstrar os motivos do otimismo do setor, que são os resultados de vendas em Umuarama, a concessão de alvarás e a geração de empregos na construção civil, todos em alta. 

Em todos os casos, é possível traçar uma correlação entre os momentos em que o setor reage com as taxas de juros mais baixas. 

No caso das vendas de imóveis na região de Umuarama, no terceiro trimestre já temos saldo acumulado de negociações superiores a todo o ano passado, a FECOUM é um exemplo desta melhora, acreditamos que o cenário de queda de juros atual será uma grande alavanca para um ciclo de crescimento no mercado imobiliário nos próximos anos. 

Ao menos desde janeiro de 2014, o volume de vendas estava em trajetória descendente. A partir do início do ano passado, a curva de imóveis comercializados começa a subir, encontrando o traçado de queda nos juros básicos. 

Em outro indicador, o dos alvarás de construção, nossa edição de outubro trouxe a informação da Secretaria de Obras do Munícipio que confirma a retomado do crescimento desde julho, quando naquele mês foram aprovados 28 mil metros quadrados em obras liberadas, em agosto o número chegou em 23 mil metros em novos projetos. 

O setor da construção civil interfere diretamente no mercado de trabalho, sendo que seu crescimento gera rapidamente novas vagas de emprego, em Umuarama no primeiro semestre deste ano, tivemos saldo positivo na geração de emprego do setor, segundo o CAGED o saldo (Empregados – Desempregados) foi de 52 novos empregos.